segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Djavan


Não precisa muito mais que issu no título não acham? Hoje, voltando a ouvir esse gênio da harmonia e da melodia, vi o quanto faz bem ter contato com essa obra prima da música brasileira. Ouço Djavan desde de criança, e é assim mesmo que tem que ser. Porque pra mim, um artista como esse, dentre outros por aí, devem ser ensinados aos filhos e netos. Pois vale mais que aprender a gostar de futebol!

Com sua sonoridade leve, bela e cada vez mais madura e precisa, Djavan é simplesmente incomparável. Um verdadeiro gênero da nossa mpb. Com uma composição de uma criatividade impressionante no âmbito da melodia, e de letras que nos fazem passear pelas areias de Alagoas. Sua leveza e simplicidade poética se constrastam com sua erudição musical. O que faz de Djavan um prato cheio pra pessoas de gosto musical apurado. É como um bom vinho ao paladar dos admiradores de bons vinhos! Seus últimos trabalhos, para mim, tem muito de parecido entre si, em termos de temas, tanto musicais como poéticos - seus arranjos e letras são consonantes. Aliás, Djavan, sempre foi muito versátil neste aspecto. Se ouve de tudo em um disco de Djavan: de soul e jazz à samba. E é assim que ele compôs seus últimos pratos finos: Milagreiro, Vaidade, Na Pista e Matizes.

Sempre vou lembrar de Djavan também por aqui, podem ter certeza. Para este post as dicas são: "Meu" e "Cair em si" - ambas do álbum Milagreiro, e por fim "Pedra" do seu último disco - Matizes.

Salve! Em breve novos posts - devo escrever mais nos próximos dias! Grande abraço aos amigos leitores! Comentem!!!

domingo, 16 de agosto de 2009

Um post diferente

Peço desculpas pelo tempo sem postar, e ao mesmo tempo por um post fora do tema ao qual me proponho a escrever aqui. Mas não resisti aos últimos acontecimentos.

Vivemos um momento importantíssimo de crescimento econômico e social no nosso país. Um momento em que nos preparamos para mais uma eleição presidencial. Inclusive uma eleição que têm uma série de atenuantes importantes, afinal não teremos mais o LULA, mas sim um sucessor ou opositor dele nos regendo. O Brasil, vive um avanço industrial em virtude dos crescimentos em geração de energia, da indústria de exploração de recursos minerais, da indústria do etanol, do biodiesel, da indústria tecnologia e software, dentre muitos outros setores nos quais temos nos destacados no cenário mundial. Enfim, estamos precisando tanto de firmeza e organização, para que possamos caminhar de maneira sólida rumo ao crescimento contínuo da nossa nação e da nossa sociedade. E justamente num momento crítico e tão importante, como é esse; vivenciamos situações tão bizarras na nossa sociedade. Me refiro aqui, caros amigos, aos episódios ridículos com os quais fomos obrigados a nos deparar na tv, nos jornais, nos portais na internet, nas revistas, enfim, em toda a imprensa só se fala nisso: o escândalo das emissoras de tv e suas ações mafiosas, e o escândalo do Senado brasileiro.

Oque dizer desses episódios tão frustrantes? Eu só espero que possamos começar a levar essas lições, que tomamos desses escândalos com os quais somos obrigados a nos deparar periodicamente no nosso país, para um rumo que possa tornar mais maduro nosso aprendizado social. Agora é hora de questionar quem é quem nas câmaras do parlamento, quem presta quem não presta. Definitivamente, está na hora de nossos estudantes e nossos cidadãos, participarem da nossa política com a lucidez e a força que todos têm, perante a lei que nos defende. Chega de baixar a cabeça para esses gangsters, que continuam sustentando seus mecanismos de manipulação do poder. Através de ferramentas que deveriam ser utilizadas em benefício da sociedade, e não o contrário: como a imprensa e os órgãos públicos do governo do nosso país.

Vamos abrir o olho!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Tiro Cruzado (Oswaldo Montenegro)

"Eu tava andando numa estrada vermelha
Era no meio do mundo, interior de Goiás
Pedi pra dormir num celeiro vazio
E aí me disseram: "Cuidado, rapaz
Aí mora o louco fantasma de Antônio
Era líder do povo e brigou com o patrão
Na hora do pau, deixaram sozinho"
Perdeu o emprego e ainda foi pra prisão
Depois ficou doido e gritava: "Covarde!
Não teve só um pra vir me acudir
Mas quando eu morrer eu volto da morte
Atazano vocês e ainda morro de rir"

Na hora do aperto me deixa de lado
É tiro cruzado (olha eu na fogueira!)
Fala besteira (é o teu medo empenhado)
E o teu pesadelo é que eu não dou bandeira
E passa rasteira, eu que tome cuidado
Senão caio morto no meio da rua
Não vai haver quem pare pra acudir
Sai do meu lado (olha essa confiança!)
Quem entra na dança não pode sair
O olho no olho reflete sem erro
Quem acusa os "outro" e não sabe de si
E passa rasteira, eu que tome cuidado
Senão caio morto no meio da rua
Não vai haver quem pare pra acudir
Caso eu morresse voltava de novo
Te atazanava e morria de rir

Oswaldo Montenegro

terça-feira, 4 de agosto de 2009

A musicalidade nordestina

Que o nordeste é um grande polo de produção de arte no Brasil, isso não é novidade pra ninguém, e já há muito tempo. Mas eu sempre acho pertinente bater papo sobre a produção artística e musical nordestina. Por sua vastidão de expressões, de influências, de ritmos. Eu sempre digo para os meus amigos de conversas musicais, que o Nordeste é privilegiado. E privilegiado justamente por essa diversidade. Essa trança de possibilidades de sons, misturados - quase sempre - à essência da cultura sertaneja nordestina.

Não quero afirmar que só no Nordeste essa feijoada é possível. Afinal, quando se trata de um país tão rico em cultura popular como Brasil, não podemos generalizar em nada nenhuma região. Mas o Nordeste tem um sabor especial. É lírico por essência, por natureza.

Na musicalidade então, nossa quanta coisa boa. Na velha guarda os grandes nomes da música de raíz como Dominguinhos, Luíz Gonzaga, João do Vale, dentre muitos outros. Nas expressões dos anos 60 e 70 no Brasil, meio que simultâneos a Tropicália e aos conhecidos Novos Banhanos: Zé Geraldo, Geraldo Azevedo, Zé Ramalho, Morais Moreira, Belchior, Raimundo Fagner, dentre muitos outros também é claro. E os que se encantaram com a bossa e com o samba como: Gilberto Gil, Djavan, Caetano Veloso, Gal Costa, Maria Bethânia, dentre ainda mais tantos. Precisa falar mais sobre a riqueza do povo de lá?

As expressões atuais da música nordestina no Brasil continuam tão interessantes quanto antes. Com nomes como Zeca Baleiro - que já comentei aqui no blog recentemente, inclusive -, Chico César, Lenine, Cordel do Fogo Encantado, dentre muitos outros ainda também é claro.

O inconfundível estilo narrativo de Belchior, que eu tão pouco ouvi até agora, mas que me seduziu com poucas notas. É um dos grandes exemplos da beleza e da grandeza da música nordestina. Prometo posts sobre discos dele no futuro, eu juro. Preciso ouvir mais, conheço muito pouca coisa sobre o bigodudo excêntrico lá de cima. Mesmo assim, gostaria de deixar aqui uma indicação sobre a música dele: Monólogo das Grandezas do Brasil.

Postarei mais textos referentes ao tema, com este gostaria só de iniciar o assunto no Blog. Para os amigos leitores, por favor mandem sugestões. Quero falar sobre o Manguebeach, musica de raíz nordestina, os Novos Banhanos, Fagner, Belchior, Zé Ramalho, dentre muitos outros temas. E está prometido, e como promessa é divida, já vou começar a preparar um post sobre o Mangbeach.