segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O Telefonema

É impressionante como degustar um bom prato e um bom vinho é algo mágico. Nos leva pra outro plano: e um telefonema destrói tudo!

Diogo Gomes
27-12-2010

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Sina de Cidade Grande

O homem esperava no ponto do ônibus pela chegada de alguém.
Foi-se ele e a espera por água abaixo com a enchente da chuva.

Diogo Gomes
21-12-2010

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O amanhã vai ser só o amanhã

Será que amanhã vai nascer o mesmo sol de hoje?
Bilhando com as mesma intensidade e a mesma beleza,
Seduzindo a nós e a todos como se os problemas não existissem.
Será que vamos amanhecer com o mesmo bom humor irônico e lúdico.

Afinal hoje vivemos nos dias de risos e abraços,
Vitórias e conquistas, e isso me assusta amor!
Será que vamos estar juntos comendo dessa mesma pasta,
E bebendo desse mesmo vinho?

Que o dia de amanhã seja algo bom como o de hoje.
Enfim, podemos comer amor, tranquilos.
Porque Deus deve saber fazer o que faz!

Diogo Gomes 17-12-2010

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

E mais Niemeyer

Mais Oscar

A Casa do Oscar

A casa do Oscar era o sonho da família. Havia o terreno para os lados da Iguatemi, havia o anteprojeto, presente do próprio, havia a promessa de que um belo dia iríamos morar na casa do Oscar. Cresci cheio de impaciência porque meu pai, embora fosse dono do Museu do Ipiranga, nunca juntava dinheiro para construir a casa do Oscar. Mais tarde, num aperto, em vez de vender o museu com os cacarecos dentro, papai vendeu o terreno da Iguatemi. Desse modo a casa do Oscar, antes de existir, foi demolida. Ou ficou intacta, suspensa no ar, como a casa no beco de Manuel Bandeira.

Senti-me traído, tornei-me um rebelde, insultei meu pai, ergui o braço contra minha mãe e sai batendo a porta da nossa casa velha e normanda: só volto para casa quando for a casa do Oscar! Pois bem, internaram-me num ginásio em Cataguazes, projeto do Oscar. Vivi seis meses naquale casarão do Oscar, achei pouco, decidi-me a ser Oscar eu mesmo. Regressei a São Paulo, estudei geometria descritiva, passei no vestibular e fui o pior aluno da classe. Mas ao professor de topografia, que me reprovou no exame oral, respondi calado: lá em casa tenho um canudo com a casa do Oscar.

Depois larguei a arquitetura e virei aprendiz de Tom Jobim. Quando a minha música sai boa, penso que parece música do Tom Jobim. Música do Tom, na minha cabeça, é a casa do Oscar.

Chico Buarque
Poemas, testemunhos, cartas - 2000

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Aos seus 103 anos, esse grande gênio da arquitetura ainda vivo e lúcido como poucos deixa em cada sua oportunidade sua mensagem comunista e realista do verdadeiro significado da vida.

Salve um dos maiores nomes da história contemporânea. Salve Oscar Niemeyer!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Manifesto do nada

Calas, porque de tua boca não mais deve se ouvir nada
Mais ainda sobre aquilo que pensas, porque já não nos interessa
Calas porque tu não sabes de nada mais que não seja o óbvio
Suas utopias bizarras aqui não devem mais entrar

Sejas tu também um caminheiro das palavras tortas como eu
Aquelas que não são ditas nem escritas, mas sim caladas
E no engolir dessas palavras sinta o peso de cada uma
Para que assim possas compreender a essência de seus significados

Só assim então saberás o quão dura é a queda
E o quão rica é a decepção na pobreza do som silencioso do nada
Que somente os mais afortunados são capazes de experimentar
Quando estes atingem a essencial condição de ser ninguém

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Nos lembremos que...

Na mistura do gosto grosso e lacrimoso desse vinho
Sinto o sabor de um momento que passou há tempos,
E que ainda transborda minha alma de lembranças
O amor que ficou encravado naquele instante é eterno.

Por isso não basta que simplesmente nos lembremos,
mas é mais saboroso ainda sentir várias vezes cada emoção.

Diogo Gomes 13-12-2010

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Céu azul

Só o vento no meu rosto basta
Os seus olhos pela luz me vêem
O silêncio dessa terra vasta
Se remoendo ao romper de um trem

É a miragem mais insana e tensa
Que me remete ao mais profundo medo
De perder só um fio dessa fina renda
No desembaraçar do nosso segredo

Diogo Gomes 10-12-2010

Lenine

Nem precisa dizer muito sobre este grande nome da nossa música. Esse cara é fantástico!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Dia do Samba

Em homenagem a esse dia tão especial (dia 02 de Dezembro, Dia do Samba)
Esse é um dos meus sambistas preferidos.

sábado, 20 de novembro de 2010

Vago homem vago

Cinturão fino e estreito como uma corda de nylon sobre a cintura.
Energia de um leão nas veias.
Doçura no olhar e língua estupidamente afiada, mais que afinada.
Saudade de casa, da mãe, isso ele esconde.
Vontade de dizer ao mundo o que lê nos livros dos homens que admira.
Vontade de ser um deles.
Nessa alquimia semi-masculina de sentidos vaga este mambembe desorientado.
Fumando um cigarro após o outro para esquecer a dor, e queimando a si mesmo junto dele.

Diogo Gomes
20/11/2010

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Ser, querer e poder

Se bastasse por querer seríamos aquilo que sonhamos durante toda a vida.

Diogo Gomes 19/11/2010

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Vida Nordestina




"O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias."

Trecho do poema "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Melo Neto

100ª postagem, em rítmo de samba



Dedico a unica baiana que tenho um pouquinho de contato pela internet: @beacioli

terça-feira, 9 de novembro de 2010

O trágico dilema

"Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro."

Mário Quintana

domingo, 7 de novembro de 2010

Mágica para a vida

"Se estamos no circo, sejamos os mágicos." Rubens Loureiro, 7 de Novembro de 2010.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Fotopoema 5

Mil perdões



"Te perdôo
Por fazeres mil perguntas
Que em vidas que andam juntas
Ninguém faz
Te perdôo
Por pedires perdão
Por me amares demais"



"Te perdôo
Te perdôo por ligares
Pra todos os lugares
De onde eu vim
Te perdôo
Por ergueres a mão
Por bateres em mim"



"Te perdôo
Quando anseio pelo instante de sair
E rodar exuberante
E me perder de ti
Te perdôo
Por quereres me ver
Aprendendo a mentir (te mentir, te mentir)"



"Te perdôo
Por contares minhas horas
Nas minhas demoras por aí
Te perdôo
Te perdôo porque choras
Quando eu choro de rir
Te perdôo
Por te trair"


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Fotos de Ana Covo e fraguimentos da letra da canção "Mil Perdões" do mestre Chico Buarque.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Botecos e botecos

Cansei dos botecos da vida,
Acho que é a idade, ou que é o cansaço.
Os piores amigos diriam que é o dinheiro escasso.
Não sei bem qual a medida.

O fato é que cansei,
Não vejo mais graça na batida do copo na mesa.
Não pretendo mais tantas cantadas, nem tenho mais tanta destreza.
Confesso que preciso admitir que me desgastei.

A medida é sempre errada.
O peso das coisas na vida nunca é o certo.
Mas hoje posso lhes dizer de coração aberto:
Eu parei com a noitada!

Irônico não?

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Diogo Gomes
03-11-2010

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Luz e calor

Se o que se sente não é necessariamente aquilo que se vê
Vejo muito pouco do que sinto no mundo em que vivo
E sinto muito pouco no que vejo por não sentir aqui tudo que se vê por aí
Nunca por egoísmo narcisista nem por prepotência desmedida
Afinal são só impressões e expressões da vida vivida
Por mim e pelo meu corpo que agoniza ao pique dessa mente ríspida

Diogo Gomes
29-10-2010

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O dia-a-dia

Prefiro viver meus dias como uma dadaísta
Que retira daquilo que vê
De cada vez um sentido novo
Sem medo do que virá amanhã

Diogo Gomes 28-10-2010

domingo, 24 de outubro de 2010

Até o fim

Até o Fim
Chico Buarque


Quando nasci veio um anjo safado
O chato do querubim
E decretou que eu estava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim
"inda" garoto deixei de ir à escola
Cassaram meu boletim
Não sou ladrão , eu não sou bom de bola
Nem posso ouvir clarim
Um bom futuro é o que jamais me esperou
Mas vou até o fim
Eu bem que tenho ensaiado um progresso
Virei cantor de festim
Mamãe contou que eu faço um bruto sucesso
Em quixeramobim
Não sei como o maracatu começou
Mas vou até o fim
Por conta de umas questões paralelas
Quebraram meu bandolim
Não querem mais ouvir as minhas mazelas
E a minha voz chinfrim
Criei barriga, a minha mula empacou
Mas vou até o fim
Não tem cigarro acabou minha renda
Deu praga no meu capim
Minha mulher fugiu com o dono da venda
O que será de mim ?
Eu já nem lembro "pronde" mesmo que eu vou
Mas vou até o fim
Como já disse era um anjo safado
O chato dum querubim
Que decretou que eu estava predestinado
A ser todo ruim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim


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Assim todo torno com poucas postagens semanais o boteco vai até o fim. Porque não sabemos como o maracatu começou, mas vamos até o fim!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Verão - Ferreira Gullar

Che denovo no cinema


"Há que endurecer-se, mas sem jamais perder a ternura."



Estive lendo sobre o filme no qual Benício Del Toro interpretou o grande revolucionário argentino Ernesto Guevara. Fico realmente muito curioso para assistir esse grande artista do cinema interpretando um ícone tão poderoso da cultura latina moderna. Sinceramente, esse filme tem tudo pra ser uma prato cheio para os bons observadores do bom cinema!

Prometo que quando assistí-lo compartilharei aqui das minhas impressões. :)

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Mais um Nobel para 'nosotros'

Hermanos, mais um prêmio Nobel para a literatura latina. Que foi para o escritor peruano Mario Vargas Llosa. Autor de obras como: "A cidade e os cachorros", "Pantaleão e as visitadoras", "A festa do bode" e "Travessuras da menina má", o escritor foi homenageado com o principal prêmio da literatura mundial hoje pelo começo do dia na Suíça.

Salve a literatura latina!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Poetas Velhos

Bom dia, poetas velhos.
Me deixem na boca
o gosto dos versos
mais fortes que não farei.

Dia vai vir que os saiba
tão bem que vos cite
como quem tê-los
um tanto feito também,
acredite.

Paulo Leminski

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Se uma homem das palavras como ele também sentia isso, eu ainda tenho salvação! :)

Marasmo

É tanta areia, tanto chão e tanto sol,
Que me perco nesse marasmo imenso cheio do nada.
Com exceção às pedras que rolam movidas pela força do ar,
Que é tão seco quanto ausente de vida.
Assim sinto e penetro nesse mundo louco,
Sem saber porque nem como, inspirado por alguma coisa.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

O dilema existencialista de um pobre proletário

Eu não sei o que é mais difícil para o homem comum.
Contentar-se com o que é capaz,
Ou frustrar-se a cada dia
Em busca de uma realidade que nunca existiu.

Talvez o fato seja que nós não saibamos o que somos de fato.
Nem nos convidamos a andar por essas trilhas em busca de um tato mais sensato.
O que é real, é aquilo que as pessoas apontam. Com seus dedos tortos e sujos.
Aquilo que nós nem vemos no espelho de manhã.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Fotopoema 4 - Céu e Terra



Céu e terra.
Por mais que tentemos transpor essa barreira infinita
com as mais inimagináveis artemanhas terrestres.
O prazer de sentir o poder de nos desprendermos do chão,
rumo ao céu desconhecido e transformador, sempre terá
fim no mesmo chão em que nós somos obrigados a nos
sentir, dia após dia, cada vez mais humanos e pequenos.
E o que faz disso tudo uma obra prima, de qualquer
que seja a divindade autora, é a beleza de se viver fixo
ao chão e sobre ele voar cada vez mais alto.
Conhecer tudo que inunda o céu de brilho do ponto de vista
do chão que ele ilumina.



Poema: Diogo Gomes
Fotos: Ana Cláudia Covo

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Mais uma pra refletirmos muito antes de decidir quem vai continuar mudando nosso país. DAQUI PRA FRENTE, e não a continuar com o trabalho de outros!

O Brasil vai mesmo mudar no dia 3?

"A vida é feita de um rosário
Que custa tanto a se acabar
Por isso às vezes ela pára
E senta um pouco pra chorar"

É assim que grande parte dos brasileiro vive a clamar seus temores. Há muitos e muitos anos. Uns clamando por terra, outros por comida, trabalho, segurança, saúde, educação, outros tantos apenar por um pouco de paz e dignidade.

A minha pergunta sempre foi: por que?

terça-feira, 14 de setembro de 2010

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O amor de Chico - no eu lírico FEMININO

"O Meu Amor
Chico Buarque

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo, ri do meu umbigo
E me crava os dentes

Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que me deixa maluca, quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba mal feita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios, de me beijar os seios
Me beijar o ventre e me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo como se o meu corpo
Fosse a sua casa

Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz"

O rei dos amores, o mestre das mulheres. Ninguém melhor do que Chico poderia descrever o fascínio de uma mulher pelo seu grande amor. Essa bela canção descreve como poucas, do ponto de vista do eu-lírico feminino, o amor de duas mulheres que competem entre si pelo amor de um mesmo homem. Sabendo ou não que se trata do mesmo indivíduo. Este é um trecho fabuloso, contracenado entre as atrizes Elba Ramálho e Marieta Severo, na peça "Ópera do Malandro" - também escrito por Chico Buarque.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Mês das flores secas

Nesse nosso Brasilzão cheio de intemperanças não dá pra deixar de lado a melancolia dessa estação. A secura do vendo que corta os ares, que não são tão buenos assim - principalmente em meses eleitorais. A falta de cores que a seca trás às paisagens, as queimadas, a fome dos mendigos, os assassinatos pelas drogas, a desigualdade, a desnutrição mental da grande maioria, a informação manipulada da telefaustão, e tantos outros desgostos que somos obrigados a degustar no dia-a-dia do pobre brasileiro. Depois de todo esse plano de fundo: é setembro, e a boa nova das flores anda pelos campos (como dizia Beto Guedes - que nasceu num estado abençoado pela ilusão da beleza natural e do ouro das minas, por isso via tanta beleza assim na vida do nosso povo).

Como cantaremos a boa nova depois de outubro Brasil? Será que seria com a ilusão do Bolsa Família?

Existencialismo

Ser, ou esperar. Eis a questão.

Diogo Gomes 02/09/2010
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Reflitam!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Mais uma do Melodia

Fadas
Luiz Melodia
Composição: Luiz Melodia

"Devo de ir, fadas
Inseto voa em cego sem direção
Eu bem te vi, nada
Ou fada borboleta, ou fada canção

As ilusões fartas
Da fada com varinha virei condão
Rabo de pipa, olho de vidro
Pra suportar uma costela de Adão

Um toque de sonhar sozinho
Te leva a qualquer direção
De flauta, remo ou moinho
De passo a passo passo..."

A poesia na sua mais singela manifestação! Isso é Luiz Melodia!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Fotopoema - Viva, Viva, Viva a Sociedade Alternativa!


Foto por: Ana Covo.

"Enquanto você se esforça pra ser
Um sujeito normal
E fazer tudo igual
Eu do meu lado aprendendo a ser louco
Um maluco total
Na loucura real..."

Esse era o lema do Maluco Beleza que foi pra Marte ensinar música aos ET's. Um homem que foi iluminado por uma expressividade artística uníssona - antológica. Sujeito com o qual nunca me dei por conta. Mas um artística que sou obrigado, mesmo com os meus 'conceitos preconceituosos' (rs), a admirar e o preservar vivo na memória e na vida das pessoas.


Ops, e esqueci aqui de citar a bela performance do grande, e talvez o maior, cover de Raul Seixas do Brasil: "Raulzito"!

domingo, 22 de agosto de 2010

Toca Raul!

21 anos sem Raul

Rodrigo Contessotto*

A voz de Raul Seixas se calou há 21 anos. No dia 21 de agosto de 1989, o trem do
Maluco Beleza partiu. Até hoje, a música de Raulzito influencia os apreciadores do rock
nacional.

Comecei a ouvir Raul tardiamente, aos 18 anos. Antes disso, conhecia só as principais,
aquelas que todo mundo conhece: Metamorfose Ambulante, Gita, Sociedade
Alternativa. Músicas sempre cantadas pelos membros da Associação Brasileira de
Tocadores Amadores de Violão.

Posso dizer, sem exagero, que a minha vida pode ser dividida em a.R – antes de Raul - e
d.R. – depois de Raul. O bom baiano do rock me fez pensar sobre coisas que, até então,
não me preocupavam.

Depois de ouvir atentamente a obra de Raul, através de uma discografia completa
em MP3 que um amigo me forneceu, questões como a vida e a morte, a religião,
a metafísica, a existência como um todo, passaram a ser vistas de uma maneira
bem diferente por mim. De fato, Raul representa uma ruptura nos meus conceitos.

Não vou me estender muito, afinal, o legado de Raul já é devidamente conhecido por
todos os seus fãs. Raul deve ser lembrado não só hoje, mas todos os dias. Sempre
devemos gritar em alto e bom som: TOCA RAUL!

* Rodrigo Contessotto, 24, é co-autor do blog Maringá, Maringá (www.odiario.com/
blogs/maringamaringa)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Sempre o grande Saramago - gênio da reflexão sobre o homem

Progresso tecnológico e progresso moral
Agosto 17, 2010 por Fundação José Saramago
Há um problema ético grave que não parece estar a caminho de ser resolvido: Depois da segunda Guerra Mundial discutia-se na Europa sobre progresso tecnológico e progresso moral, se podiam avançar a par um do outro. Não foi assim, pelo contrário, o progresso tecnológico disparou a alturas inconcebíveis e o chamado progresso moral deixou de ser, pura e simplesmente, progresso e entrou em regressão.

11 de Outubro de 2008, Expresso (Portugal)

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Do blog , que compila textos jornalísticos do grande mestre pelos jornais aos quais ele contribuía com seus ensaios, crônicas e reflexões.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Um pouco do poeta que nasceu em meio aos engenhos

O mais puro e intrínseco poeta da língua portuguesa!

Trecho da contra-capa da minha mais recente aquisição: "Morte e vida Severina".

"Morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualqueridade,
e até gente não nascida)."

Grande, João Cabral de Melo Neto.

Paulinho Moska denovo no BOTECO

Começo essa semana com uma bela canção desse compositor tão querido da nova geração da música brazuca. Especialmente para as pessoas que acreditam na magia do novo, todo dia é dia de fazer tudo novo denovo!

Em homenagem ao meu amigo Nelson Cancini, que hoje mais do que ninguém, vive "tudo novo denovo"!



"Tudo Novo de Novo
Paulinho Moska
Composição: Moska

Vamos começar
Colocando um ponto final
Pelo menos já é um sinal
De que tudo na vida tem fim

Vamos acordar
Hoje tem um sol diferente no céu
Gargalhando no seu carrossel
Gritando nada é tão triste assim

É tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos

Vamos celebrar
Nossa própria maneira de ser
Essa luz que acabou de nascer
Quando aquela de trás apagou

E vamos terminar
Inventando uma nova canção
Nem que seja uma outra versão
Pra tentar entender que acabou

Mas é tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos"

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Fotopoema - A morte na vida



A morte na vida

A posição inerte em que a vida se estabelece
Somente cessa seu árduo ímpeto resistente à gravidade
Ao momento em que se entrega ao delírio derradeiro da morte
Que inunda os olhos do sangue escuro do nada

Poema: Diogo Gomes, 05/08/2010.
Fofo: Ana Claudia Covo.

Difícil ser funcionário

Difícil ser funcionário
João Cabral de Melo Neto


Difícil ser funcionário
Nesta segunda-feira.
Eu te telefono, Carlos
Pedindo conselho.

Não é lá fora o dia
Que me deixa assim,
Cinemas, avenidas,
E outros não-fazeres.

É a dor das coisas,
O luto desta mesa;
É o regimento proibindo
Assovios, versos, flores.

Eu nunca suspeitara
Tanta roupa preta;
Tão pouco essas palavras —
Funcionárias, sem amor.

Carlos, há uma máquina
Que nunca escreve cartas;
Há uma garrafa de tinta
Que nunca bebeu álcool.

E os arquivos, Carlos,
As caixas de papéis:
Túmulos para todos
Os tamanhos de meu corpo.

Não me sinto correto
De gravata de cor,
E na cabeça uma moça
Em forma de lembrança

Não encontro a palavra
Que diga a esses móveis.
Se os pudesse encarar...
Fazer seu nojo meu...

Carlos, dessa náusea
Como colher a flor?
Eu te telefono, Carlos,
Pedindo conselho.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Aos frequentadores, NOVOS e de SEMPRE, do nosso BOTECO!

Um abraço aos novos seguidores: Tê Thomazini e Edson Hayashi (mais conhecido como JAPA - me perdoe se a grafia está errada no seu nome). E o abraço de sempre as pessoas que freqüentam e seguem o Boteco da Bossa.

Eu dedico um pouco do tempo que sobra pra citar textos, vídeos, músicas, e tudo mais que tem algo em comum com todo esse universo da arte das palavras e dos sons! E posso dizer mais: dedico esse tempo muito mais a vocês, que podem de algum modo absorver algo com estes textos aqui apresentados. Essa sensação é inexplicável.

Promessa: próximo post sobre Lenine!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

João Cabral de Melo Neto

Parte 1


Parte 2



Para mim ouvir esses grandes nomes da nossa literatura falando sobre literatura é emocionante.

Cecília Sempre!





Isso pra mim é a síntese na execução musical!

E sempre Chico!



Por isso que sou fã de Chico Buarque. Esse é o maior artista do Brasil!

Lição de vida!

"Pra que chorar?
A vida é tão desconhecida e mágica.
Dorme as vezes ao teu lado, calada!
Calada.

Pra que buscar o paraíso,
se até um poeta fecha o livro.
Sente o perfume de uma flor no lixo
e fuxica. Fuxica.

Tantas histórias de um grande amor perdido,
terras perdidas, precipícios.
Faz sacrifícios e mola mil virgens,
Uma por uma milhares de dias.

Ao mesmo Deus que ensina a prazo,
Ao mais esperto e ao mais otário.
Que o amor na prática é sempre ao contrário.
O amor na prática é sempre ao contrário!"

Sempre Cazuza!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Chico fala de Bethania




Para quem está de saco cheio de meus textos sobre música brasileira. Segue aí uma dica de leitura, na voz do Maior da nossa música sobre uma das nossas maiores intérpretes!

terça-feira, 20 de julho de 2010

Djavan interpretando "Coração Leviano" de Paulinho da Viola



A interpretação desse mestre já é maravilhosa. Tão mais interessante ainda com essa banda genial com Carlos Bala, João Castilho, Paulo Calazans,Françóis Lima, dentre muitos outros grandes nomes da música brasileira de primeira. É simplesmente impressionante ouvir esses homens tocando.

Saboreiem sem moderação nenhuma, e comentem!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Sobre a convergência artística

Eu sei que este blog é um Boteco de musica brasileira, mas eu não consigo evitar alguns temas que são muito importantes, para que aos poucos consigamos afiar nosso entrosamento: autor/seguidor.

Enfim, estive lendo uma reportagem sobre os trabalhos de Arnaldo Baptista como pintor, Brandon Broyd também nas artes plásticas, dentre muitos outros nomes que podemos citar neste tipo de atividade.

A arte não conhece barreiras estilísticas, tão pouco de plataformas. E é possível convergir todos os continentes das belas artes em um só. Afinal, a linguagem artística é uma só, seja na música, seja na poesia, seja no cinema, nas artes plásticas, na arquitetura, etc.

Gostaria de justificar com esse pequeno insert de hoje, a importância de experiências como a coluna "Fotopoema" que manteremos ativa nos próximos posts. :)

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A propósito, eu gostaria de deixar um abraço ao autor do blog citado na coluna sobre Brandon Broyd (vocalista da banda americana: Incubus): Dango Costa. Recomendadíssimo seu blog sobre ilustração e design gráfico.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Fotopoema - As coisas são só coisas



Foto: Ana Covo

"De uns tempos pra cá
Os móveis, a geladeira
O fogão a enceradeira
A pia, o rodo a pá
Coisas que eu quis comprar
Deu vontade de vender
E ficar só com você
Isso de uns tempos pra cá...
Coisas são só coisas
Servem só pra tropeçar
Tem seu brilho no começo
Mas se eu viro pelo avesso
São fardo pra carregar"


Chico César - "De uns tempos pra cá", 2005

Para as pessoas mais sensíveis e geniais, as coisas são só coisas. A paixão por elas é que são sobrenaturais, vitais. As coisas menos importantes para muitas pessoas, se tornam grandes amores diante das pessoas mais sensível, que vêem, naquilo que é matéria nula para muitos, a verdadeira beleza da vida e do tato com o mundo humano.

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Bela foto Ana! Selaremos aqui neste post nossa parceria, que tal chamarmos de: fotopoema!?

sexta-feira, 9 de julho de 2010

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Cazuza

O poeta que sentiu na pele o quanto é verdadeira a afirmação: "o tempo não para"! Esse é Cazuza. Um gênio do rock e da música brazuca de uma maneira geral, que foi tão incompreendido e pouco valorizado por muitos. É sem sombra de dúvida um de meus compositores preferidos. Visceral e natural como poucos, tinha um jeito particular, e cruel as vezes, de ver a realidade e o comportamento humano.

Cazuza foi um autêntico gênio. Escreveu músicas que assustaram muitos parceiros e admiradores, com sua consistência, peso crítico e personalidade.

É, de fato, uma grande perda para nós do rock no Brasil. Perdermos grandes nomes como Cássia Eller, Renato Russo, e tantos outros que se foram. Mas para mim, Cazuza foi a maior perda do rock no Brasil dos últimos anos. Sem dúvidas.

"Pra que chorar
A vida é tão desconhecida e mágica
Dorme as vezes ao teu lado
Calada. Calada.

Pra que buscar o paraíso
Se até um poeta fecha o livro
Sente o perfume de uma flor no lixo
E fuxica, fuxica.

Tantas histórias de um grande amor perdido
Terras perdidas, precipícios
Faz sacrifícios, e mola mil virgens
Uma por uma milhares de dias

Ao mesmo Deus que ensina a prazo
Ao mais esperto ao mais otário
Que o amor, na prática
É sempre ao contrário
O amor, na prática
É sempre ao contrário"

O poeta do exagero. Da compulsividade. Da dor e do medo. Da verdade, e da mentira. Da força e da fraqueza humana. Completo e imaturo ao mesmo tempo, esse pra mim foi Cazuza. Um homem querido por muitos e compreendido por poucos, que morreu jovem, sofrendo, não só pela doença mas pelas críticas mal formuladas dirigidas a ele.

Salve Cazuza, viva Cazuza!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Chico

"Por mim eu sonhava com você em todas as cores"

Chico Buarque, via @chicolatras no Twitter!
Lindo!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

O pensamento de Paulinho Moska

"Meu Pensamento Não Quer Pensar
Paulinho Moska

Meu pensamento não quer pensar
Ele está com preguiça de se levantar
Depois de um sono tão profundo
É duro acordar, e ver que o mundo
É tudo novidade mas eu já conheço
Então volto a dormir que é pra ver se me esqueço

Que meu pensamento não quer pensar
E para aprender ele vai ter que apanhar
Pois só assim o ser humano evolui
Só assim serei feliz e nunca fui
Tudo é tão velho e eu nem nasci
O tempo nunca passou e eu não percebi

Que meu pensamento não quer pensar
Enquanto eu não fizer seu coração vomitar
Toda a consciência que não te deixa em paz
Com as mesmas razões de séculos atrás
Pelas mesmas paixões por coisas absolutamente banais."


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A vida real é ao mesmo tempo tão próxima e tão distante daquilo que se chama de realidade. Afinal a realidade, as verdades absolutas (os paradigmas da moral e da razão), é algo tão efêmero e fugaz que muitas vezes mesmo as pessoas mais sóbrias e lúcidas sentem essa mística sensação da distância entre o mundo real e nosso sentimento existencialista mais particular.

Viver a vida, afinal, é uma forma de descobrir a cada dia um pouco mais sobre a verdadeira realidade. Aprender um pouco mais, sobre o que devemos ou não fazer. Minha dica: acredite e faça tudo no bem e no amor. O resto vem com o tempo!

sábado, 26 de junho de 2010

Dia de sol

Peço licença para um momento súbito de inspiração de um pobre amante das palavras, para expressar aqui algumas idéias remoídas no solo infértil da minha alma.

Em breve mais posts sobre música! Bjo a todos que comentam e lêem o Boteco da Bossa! Bom fim de semana!

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Dia de sol

O sol ofusca meu olhar sombrio e cansado das dores da madrugada.
A luz penetra minha alma espessa e que se enche inteira, como uma fissura escancarada.
Me vejo secar com o vento seco da manhã que desconheço sóbrio suburbano, moribundo.
E desço dos céus, do infinito paraíso transcendendo ao imortal universo do vagabundo.

E assim vejo o dia começar, frio e luminoso. Bom dia!


Diogo Gomes
26 de Junho de 2010

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Sim ou não

Sim ou não

Algumas pessoas não sabem dizer sim.
Outras nunca disseram não.
Qual dessas partes errou?

Diogo Gomes
21 de Junho de 2010

sexta-feira, 18 de junho de 2010

"Não tenhamos pressa, porém não percamos tempo"

O mestre Saramago escreveu isso em algum momento de sua longa e conturbada vida. Um que nasceu para o mundo das palavras e das idéias, um português digno da estirpe dessa 'raça' tão maravilhosa. Um Homem que se viu deixando seu próprio país, magoado e amargurado pela repressão de suas obras diante da força da igreja e da aristocracia conservadora portuguesa. Acabou de respirar seus dias nas Ilhas Canárias, a qual Saramago adotou como pátria após seu 'exílio'.

Um mestre da literatura. Primeiro escritor de língua portuguesa a ganhar um Nobel de Literatura. Um gênio incontestável! Polêmico, mas incontestável. Tenho lido muito Saramago ultimamente, coincidentimente havia comprado o livro "As Intermitências da Morte", um romance filosófico sobre o existencialismo humano que é impressionante, mesmo sem lê-lo (me encontrando por enquanto só nas folheadas, porque estou lendo o Caim, última obra dele), pelo que já saboreei percebi o quão rico é o ensaio. Saramago escreveu sobre temas polêmicos, dentre os quais o principal foi a fé e a Igreja. Que o perseguiu durante anos, proibindo a publicação de seus livros em vários países latinoibéricos e também latinoamericanos. Uma de suas obras mais polêmicas é o "Evangélio Segundo Jesus Cristo".

Enfim, vou citar pra não deixar morrer aqui também sua poesia:
"Não tenhamos pressa, porém não percamos tempo".
"Homens! Perdoem-o porque ele não sabe o que fez".
Ambas citações constituem-se no livro: "Evangélio Segundo Jesus Cristo"

Salve Saramago!

sábado, 12 de junho de 2010

O grande Luiz Melodia



Esse eh o sensacional Luiz Melodia, grande homem, grande compositor. Incomparável!

terça-feira, 8 de junho de 2010

No passo do Samba

No passo do Samba

Um sambista samba seu passo pelas ruas de niterói,
e lá vai ele sambando e cantando suas cantigas de herói.
Dizendo da vida o que sabe jurando amor a cada irmão,
Fazendo um pouco de sua parte na sociedade quando cidadão.

Soa o pandeiro do peito eloqüente sempre falhando na mesma batida,
Rima os passos com as pernas nas lajes coloridas da sua avenida,
E nunca desiste da vinda, nem da ida, na sua mandinga de São Jorge protetor.
Pois é ele, o poeta do morro, da vila do porto, do mar, do subúrbio, o nosso cantor.

Diogo Gomes
08/06/2010

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Hey Jude

A emocionante Hey Jude de Paul McCartney.



Quando li a história de como Paul compôs esta canção, me emocionei!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Paulinho Moska

Já há alguns anos que acompanho o trabalho deste grande intérprete da música brasileira, mais precisamente da CARIOCA. Em suas interpretações impressionantes, em todos os aspectos da sua característica artística.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Depressão

A sensação
A tentação
A maldição
Da vida

O furacão
O turbilhão
A ignição
Maldita

A afeição
Com seu irmão
A tentação
Cedida

Se for um não
Não há mais chão
Pra um coração
Benzida

Não há mais chão
Pra um pobre cão
Que busca o pão
Da vida

Só um tostão
Pra um canastrão
Que sede o chão
Rendida

Susto com o vão
Que se abre em vão
Pra sensação
Detida

Que vai então
Como um vulcão
Que em erupção
Me ressucita.


Diogo Gomes
18-05-2010

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O inimitável Marcelo Camelo

Há alguns dias conversando com um parceiro de composições meu, Rubens Loureiro, ouvi dele a expressão: "esse cara tem tudo pra ser o novo Chico do Brasil". E eu, esbravejei. Não admito tal comparação, porém sou obrigado aqui hoje a me redimir. Ouvindo mais cuidadosamente esse grande nome da música de vanguarda dos tempos atuais, de fato é um grande compositor e intérprete.



Bom apetite a todos, e sintam-se abraçados por esta Santa Chuva, que cai sobre todo homem e mulher sensível o bastante para senti-la.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

O tempo - por Drummond

Cortar o tempo
Carlos Drummond de Andrade

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente"


Nós que vivemos nessa fúria incessante do cotidiano agitado, da vida moderna. Não nos damos conta do quanto somos produtos de um mundo materialista ao extremo, e acima de tudo efêmero em seu significado geral para as coisas do dia a dia. Aquilo que realmente é real, não se vê, não se sente, não se colhe neste mundo bizarro dos homens 'modernos'.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Vamos acordar porque não é só ano de copa, mas também de eleições.

Meu Deus, tantos anos se passaram depois dos tempos da ditadura, e mesmo assim o povo do Brasil ainda insiste em querer pedir permissão para sorrir, para aprender a ler, para ter direito a Amazônia - que é, e sempre foi do Brasil e dos nossos vizinhos latinos.


"Por esse pão pra comer
Por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer
E a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar
Por me deixar existir
Deus lhe pague"



E mesmo depois de tantos anos de sofrimento, tortura, assassinatos e injustiças parece que nossa lembrança continua muito fraca. Como podemos engolir tanta parcialidade de nossos políticos. Tanto descaso dos nossos empresários com o meio ambiente.

"Agora já não é normal
O que dá de malandro regular, profissional
Malandro, com aparado de malandro oficial
Malandro, candidato a malandro federal
Malandro, com retrato na coluna social
Malandro com contrato, com gravata e capital
Que nunca se dá mal..."


Vamos acordar Brasil. Acordar para igualdade e para justiça, porque um país democrático pode até basear-se nos alicerces do capitalismo, mas jamais da desigualdade.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Paulo Leminsk aqui no Boteco denovo!

"um homem com uma dor
é muito mais elegante
caminha assim de lado
como se chegando atrasado
andasse mais adiante

carrega o peso da dor
como se portasse medalhas
uma coroa um milhão de dólares
ou coisa que os valha

ópios édens analgésicos
não me toquem nessa dor
ela é tudo que me sobra
sofrer, vai ser minha última obra"

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Fernando Pessoa novamente aqui, por Paulo José também

No Sarau de nossa segunda feira, Paulo José e suas interpretações maravilhosas dos maiores nomes da poesia da língua portugues.

Exautação a Ferreira Gullar por Paulo José

Declamação linda!

Pitada de Ferreira Gullar

Pra quem ainda não experimentou um pouco do universo da poesia por um poeta:

Chega de poesia e vamos rir!

kkk MAS POXA A VIDA...quanta besteira!

Sonho

Sonho

Se tem gente que reclama do sono,
Para mim isto já não basta.
De umas noites pra cá
Venho reclamando mesmo é dos sonhos.
Que não me deixam dormir,
Me cansam e me invadem a alma.
Como é duro viver ligado ao universo metafísico
24 horas por dia.

Diogo Gomes (03-05-2010)

Foram duros estes tempos, e esse hino soou soberano

Hino de Duran (Chico Buarque 1979)

Se tu falas muitas palavras sutis
Se gostas de senhas sussurros ardís
A lei tem ouvidos pra te delatar
Nas pedras do teu próprio lar

Se trazes no bolso a contravenção
Muambas, baganas e nem um tostão
A lei te vigia, bandido infeliz
Com seus olhos de raios X

Se vives nas sombras freqüentas porões
Se tramas assaltos ou revoluções
A lei te procura amanhã de manhã
Com seu faro de dobermam

E se definitivamente a sociedade
só te tem desprezo e horror
E mesmo nas galeras és nocivo,
és um estorvo, és um tumor
A lei fecha o livro, te pregam na cruz
depois chamam os urubus

Se pensas que burlas as normas penais
Insuflas agitas e gritas demais
A lei logo vai te abraçar infrator
com seus braços de estivador

Se pensas que pensas estás redondamente enganado
E como já disse o Dr Eiras,
vem chegando aí, junto com o delegado
pra te levar...

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Maringá Maringá

Já que falavamos de Minas, olha que bela coincidência. Aliás, dá um orgulho tremendo de ser maringaense assistindo isso.



Ao amigo @rubensloureiro que gosta tanto daqui! :) E ao pessoal do @mgamgablog

Noite 'poeminha'

Noite

E enfim, o vinho pra
esquecer o dia e
lembrar do meu amor.

Diogo Gomes
29-04-2010

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Olha a folga desses "nêgos" maravilhosos

Pra quem acha que só penso em RJ quando penso em música, segue aqui uma maravilhosa degustação de uma mistura de Feijoada mineira com sotaque pernembucano.



Wander Lee e Zeca Baleiro - maravilhosos em BH!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Um pouco da aquerela musical de Maceió




Esse gênio que eu sempre admirei, aliás talvez um dos primeiros grandes nomes da música brazuca que conheci. Sempre que toco Djavan sinto essa leveza nos braços e no peito, de sua música serena e ao mesmo tão intensa de emoções e beleza!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Sem adoçante algum



Legitimamente de Holanda!

O grande Ferreira Gullar

Meu pai


meu pai foi
ao Rio se tratar de
um câncer (que
o mataria) mas
perdeu os óculos
na viagem

quando lhe levei
os óculos novos
comprados na Ótica
Fluminense ele
examinou o estojo com
o nome da loja dobrou
a nota de compra guardou-a
no bolso e falou:
quero ver
agora qual é o
sacana que vai dizer
que eu nunca estive
no Rio de Janeiro


De Muitas Vozes (1999)

A valsa mais singela e mais genial da música brazuca

Valsinha
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque / Vinícius de Morais

Um dia, ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a de um jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto, convidou-a pra rodar
E então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça, foram para a praça e começaram a se abraçar
E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda cidade se iluminou
E foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz


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Toda a genialidade de um poeta abençoado pela sensibilidade da colorida pelas rimas e pela melhor e mais pura poesia, unido-se à sensibilidade musical de um gênio da simplicidade e da sedução das notas de uma bela canção. VALE A PENA OUVI-LA, MIL VEZES.

O mais genial ainda, é a escolha da valsa, que representa um encontro conjugal. De um casal distante, que se junto numa bela e mágica noite - como há muito não se ousava. Como se juntassem seus corpos para a dança de uma valsa. Essa é a grande metáfora dessa bela música de Chico e Vinícius.

Fica aqui mais um post, para a aqueles que admiraram a ausência de Chico aqui no Boteco. :)

Aguardo os comentários hein pessoal!

Nosso lado lusitano e sentimental mais puro

Seguindo aqui a mesma direção de intertextualidade de Cazuza na última postagem.

"Meu coração tem um sereno jeito
E as minhas mãos o golpe duro e presto
De tal maneira que, depois de feito
Desencontrado, eu mesmo me contesto

Se trago as mãos distantes do meu peito
É que há distância entre intenção e gesto
E se o meu coração nas mãos estreito
Me assombra a súbita impressão de incesto

Quando me encontro no calor da luta
Ostento a aguda empunhadora à proa
Mas o meu peito se desabotoa

E se a sentença se anuncia bruta
Mais que depressa a mão cega executa
Pois que senão o coração perdoa..."

O mais puro do sentimental português!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Visceral = Cazuza

Medieval
Cazuza
Composição: Cazuza / Rogério Meanda

Você me pede
Pra ser mais moderno
Que culpa que eu tenho
É só você que eu quero

Às vezes eu amo
E construo castelos
Às vezes eu amo tanto, que tiro férias
E embarco num tour pro inferno

Será que eu sou medieval?
Baby, eu me acho um cara tão atual
Na moda da nova Idade Média
Na mídia da novidade média

Olha pra mim, me dê a mão
Depois um beijo
Em homenagem a toda
Distância e desejo

Mora em mim
Que eu deixo as portas sempre abertas
Onde ninguém vai te atirar
As mãos vazias nem pedras

Eu acredito nas besteiras
Que eu leio no jornal
Eu acredito no meu lado
Português, sentimental

Eu acredito em paixão e moinhos lindos
Mas a minha vida sempre brinca comigo
De porre em porre,
Vai me desmentindo

Será que eu sou medieval?
Baby, eu me acho um cara tão atual
Na moda da nova Idade Média
Na mídia da novidade média


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Cazuza, o que dizer de Cazuza. Para aqueles que me ouvem falar de chico, muitas vezes até estranhando meu paladar para outros compositores e outros poetas, que não são do samba nem da música tradicionalíssima brazuca. Hoje vou falar desse mestre da realidade nua e crua das ruas e da juventude dos anos 80 e 90 no Brasil. Um menino, que morreu menino/homem sem saber ser nem um nem outro.

Essa música, é tão despercebida por muitos. Vista como tão singela pra tantos outros, tão arcaica. E é justamente nessas coisas que passavam POR AI, que Cazuza se mostrava o gênio que era. Citando Dom Quixote, Fernando Pessoa, dentre outros, numa música tão vã como esta. Um rock 'descerebrado' como este. Escraxado, como ele mesmo se propunha ao mundo. Cada poesia de Cazuza era uma autópsia dele mesmo, pra si mesmo e pro mundo. Eu sinceramente, mesmo com Chico Buarque ainda vivo, não vi nada parecido na poesia brazuca. Nunca senti ninguém tão nu e cru defronte ao mundo, talvez Jesus. Não que eu esteja aqui 'endeusando' um pecador como ele - mais do ninguém talvez, rsrsr. Porém de fato, Cazuza nos fez sentir que mesmo depois de tudo que se passou de 60 para 90 neste país em que vivemos, ainda reinava a era dos Exmos. Ratos de Brasília. Dos magnatas da mídia - grupo cujo seu próprio pai ajuda a compor-se. Juntos com alguns poucos legítimos de seu tempo, talvez como Renato Russo, Lobão, Cássia Eller, Humberto Gessinger, Herbert Vianna, Arnaldo Antunes, Chico Science, dentre alguns outros, que viam de fato o que somos e fazemos, vivemos. Cazuza era o poeta da lata de lixo.

Realista como ninguém, 'na moda da nova idade média' este homem expressou-se como ninguém em protesto à "mídia da novidade média'.

Sejam bem vindos ao post mais viceral deste meu blog, e não poderia ser com outro compositor que eu selaria esta mensagem. Viva Cazuza!!!

Homem (by Diogo Gomes)

Pra sermos grandes homens,
temos que ser ELAS.
Pelo menos no espírito,
mesmo que de vez enquando.

Diogo Gomes 19-04-2010

domingo, 18 de abril de 2010

Continuando no ambito do conflito amoroso

Esse é um aperitivo e tanto para nos divertirmos com as intemperâncias de uma relação cheia de amor e de conflitos.

Nostalgia com Paulinho Moska

Trampolim
Paulinho Moska
Composição: Paulinho Moska

Você não sofre porque não sente o que eu sinto
Há um iceberg em você que eu tenho que derreter
Que tipo de piscina terá embaixo desse trampolim?
Que pulo que eu vou ter que dar pra não me ferir?

Porque acordar sem você é ficar cego no amanhecer
É assistir o fim do mundo, depois escurecer
E eu no meio disso tudo sem saber
Que já estamos no início do que vamos ser

Hoje eu não acordei
Hoje eu não vou dormir
Hoje eu nunca te dei
Hoje eu quero partir


Esse é o Moska, esse compositor carioca com essa elegância inveterável ao falar de amor. Com essa suavidade, essa sutileza, enfim essa beleza poética. Moska é sem dúvida, um dos grandes nomes dessa nova (velha) geração da música brazuca que vem, cada vez mais, surpreendendo com suas produções. Apesar desta não ser uma canção recente dele, é uma das minhas preferidas. Acho lindo isso de descrever sobre essa distância eminênte em toda relação, sobre o sofrimento e as razões do outro em função das suas próprias mazelas!

Postem sobre essa música seus comentários, e pra quem quiser ouvir YOU TUBE na veia!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

O bom e velho Paulinho Moska

PARA SE FAZER UMA CANÇÃO
Paulinho Moska
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Isso demonstra o tipo de relação que esse músico maravilhoso tem com os maiores nomes da música de hoje em dia no Brasil.
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Para se fazer uma canção (Moska)
Desfaço as malas do meu coração (Vander Lee)
Eu sobrevôo minha solidão (Pedro Luis)
E encontro o fim de um deserto (Celso Fonseca)
Para se fazer uma canção (Frejat)
Um som, um céu sem direção (Zé Renato)
Como eu não previ, como eu nunca sei (Leoni)
O amor que dei (André Abujamra)
Acho a luz no fim da escuridão (Jorge Vercilo)
E ascendo a imaginação (Joyce)
Olá, você ai (Gilberto Gil)
Que bom te ouvir (Toni Garrido)
E eu não preciso de mais nada (Mart´nália)
Por isso corro nas calçadas, corro nos seus pensamentos (Otto)
Alentos pra solidão (Zélia Duncan)
Passaporte pra dentro da alma (George Israel)
E você que vem com pressa, calma (Oswaldo Montenegro)
Dor adeus, Deus perdão (Zeca Baleiro)
Dois, amor, doeu? (Nando Reis)
Mas como é bom! Mas como é bom! (Jorge Mautner)
E quando é bom é tudo seu (Lenine)
E eu sou teu, você e eu (Sergio Dias)
Na imensidão a sós (Flavio Venturine)
Essa é minha voz (Isabella Taviani)
Que é a sua voz também (Vitor Ramil)
E a canção é de ninguém (Chico César)

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Não precisa de texto - essa será a próxima análise do BLOG

O que dizer quando se diz?

"Diga o melhor. Pense o resto." (Craig Seibold)

Inspirado pela bela frase, que li no twitter de minha amiga @lumarks (Luana Marques), começo meu dia frio hoje aqui em Maringá ainda na busca de qual música cantar aqui no Boteco.

Os ares frios e perfumados dessa cidade maravilhosa pela manhã são de fato um presente pra todo maringaense.

E sigo aqui ainda na busca de qual canção cantar no boteco essa semana!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Cash in Flowers

Falamos tanto aqui de coisas do outros. Falo muito aqui de mpb e bossa, mas é com um projeto de Rock inspirado nas bandas dos anos 90 de todo o mundo, que eu meto os pés pelas mãos e me atrevo a experimentar algo que seja meu originalmente.

Então, agora sim, falando do projeto em que me atrevo com mais alguns parceiros a criar algo de novo nesse universo tão inundado de possibilidades que eh a música autoral. Vou citar aqui um possível Backstage do novo EP do Cash. Aqui vai os nomes das músicas que possivelmente serão lançadas no nosso novo álbum que pretendemos lançar até Agosto deste ano:

One life to live
Hangover
Water
Somewhere
Crossroads
Distiled
Love Job
Orange Day
Two Worlds
Ellen
Searching Power
Angel's Eyes
Clean Air


Esse poderá ser o set list do nosso próximo disco! Espero que todos nos ajudem com a sua contribuição pessoal. A opinião de cada que já conhece nosso trabalho é importantíssima para todos nós!

Abraço a todos! Em breve remeterei mais novidades sobre o Cash in Flowers!

Das rosas da visita de Caymmi à Tom

Se você não entendeu o título do post. Saiba que ele foi criado especialmente para os amantes do melhor do Samba de Raíz. Visto que me refiro a um dos discos mais importantes do samba do Brasil. Gravado pelos dois mais expressivos nomes do samba carioca/baiano. Numa fusão apaixonada de Tom Jobim e Dorival Caymmi. No disco que foi entitulado por: "Caymmi visita Tom". Reunindo canções de Chico, Vinícius de Morais, Caymmi e Tom. Numa mistureba do que há de melhor no 'samba baiano' ao encontro da Bossa Nova dos cariocas.

Um disco belo, e ao mesmo tempo, suave e simples (como este comentário curto e ao mesmo tempo profundo em seus significados qualitativos sobre os autores da obra). Com toda a genialidade poética de Caymmi e Vinícius, e a recíproca musical de Tom. E ainda com o brinde saboroso da voz de Nana Caymmi! Vale a pena ouvir: http://www.radio.uol.com.br/#/volume/nana-caymmi/caymmi-visita-tom/12490?action=search (Universal Music, 1964).

Hoje, na Cidade Canção

Hoje amanheceu um dia frio aqui, que lembra Curitiba. Lembrando várias canções estou num dia inspirado para escolher uma boa canção e postar.

"Um dia frio
Um bom lugar pra ler um livro
Meu pensamento lá em você
Eu sem você não vivo" (Djavan)

"Nas noites de frio é melhor nem nascer" (Cazuza)

"Nessa época do ano
Quando o frio vem chegando
E há menos flores, que espinhos" (Hebert Viana)

"Giogio tá tudo assim nem sei
Tá tão estranho
A cor dessa estação é cinza
Como um céu de estanho" (Zeca Baleiro)

De fato, essa é uma das estações mais líricas pra música e pra poesia de uma maneira geral. Vou postar mais sobre esse tema tão aconchegante aos corações dos apaixonados pela arte da palavra!

quarta-feira, 31 de março de 2010

Já de Paulo para Mário!

"A arte de viver é simplesmente a arte de conviver ... simplesmente, disse eu? Mas como é difícil!"
Mário Quintana

Estou me deixando levar pela poesia nos últimos dias, gostaria de citar tantos outros aqui, tem muita coisa boa na cartola. Porém, vamos nos concentrar nos novos posts sobre música agora senhor Diogo! rsrsrs

Mas fica aqui a dica para quem quer conhecer mais um maravilhoso poeta brazuca, mais precisamente do Rio Grande do Sul!

Os caminhos de Leminsk

"Pelos caminhos que ando
um dia vai ser
só não sei quando"

P. Leminsk

Mais um poema do Leminsk, já que vi que o povo se simpatizou com o tema poesia aqui no blog. ":)"

Espero ansioso pelos comentários, estou preparando algumas postagens sobre os artistas novos da MPB. Me perguntaram sobre a Gadu, prometo que vou escrever sobre meninas!

segunda-feira, 29 de março de 2010

"Penso, logo existo!"

"Não cometo o mesmo erro duas vezes!
Já cometo, três
quatro,
cinco,
seis.
Até este erro aprender,
que só o erro tem vez"

P. Leminsk

Não estou certo de que esta seja a forma correta deste poema lindo, deste poeta Neo Concreto, que é o meu predileto. Mas acho que já vale para começarmos nossa semana bem inspirados.

Segue ainda este link deste maravilhoso blog, que compila um interessante acervo da obra do poeta: http://pauloleminskipoemas.blogspot.com/

domingo, 21 de março de 2010

Chico César, respeitem seus cabelos brancos!

Para mim, com a figura de Chico César, não existe exemplo melhor da excentricidade que a nossa música tem. Este cantor, violonista e compositor do sertão da Paraíba - também escritor, não exito em citar - é um dos maiores nomes da música brazuca, dentro e fora do Brasil, na atualidade.

Chico começou como jornalista, pra ser mais exato era revisor de textos em São Paulo. E sua carreira musical foi deslanchando naturalmente, em decorrência da sua paixão pela música, pela arte mais que tudo (afinal é um artista completo). Começou na noite com sua banda chamada Cuscuz Clã, que tocava em sampa no BLEN BLEN Bar. A partir dela Chico começou as incursões mais expressivas de sua carreira, a primeira delas foi a gravação do disco Aos Vivos (em 1995) que iniciou o processo de valorização da obra desse artista maravilhoso. De lá pra cá são 7 álbuns, e uma carreira reconhecida em todo o mundo, principalmente na Europa. Em 2005 esse paraibano 'arretado' ainda lançou o livro Cantáteis, cantos elegíacos de amizade pela editora Garamond.

Eu particularmente, conheci recentemente a obra de Chico César. É óbvio que já tinha ouvido faixas de discos como a música Templo, Mama África, dentre outras. Porém iniciei minha apreciação pela sua obra há um ano aproximadamente. O mais interessante em seus temas, é que ele é extremamente universal. Apesar de ter em suas raízes toda a realidade pesada do sertão do Nordeste Brasileiro, que muitas vezes influencia visivelmente a obra de todos os seus conterrâneos, Chico César é um compositor que pode ser apreciado em qualquer lugar do planeta. E sua música passeia pelo samba, pela bossa nova, pela música popular nordestina, brasileira, pelo jazz e música erudita (que inclusive, influenciaram demais o disco De Uns Tempos Pra Cá - que é um dos meus favoritos!).

A sua poesia, dentro da música, é de beleza emocionante. Sua sensibilidade e sua forma "livre" inundam de possibilidades todos os seus trabalhos. Vale a pena conferir a obra dessa 'cabra'!

Comentem suas músicas preferidas, vamos analisá-las por aqui????? :) :) :)

quinta-feira, 18 de março de 2010

Amor barato, porém honesto

"Eu queria ser
Um tipo de compositor
Capaz de cantar nosso amor
Modesto

Um tipo de amor
Que é de mendigar cafuné
Que é pobre e às vezes nem é
Honesto

Pechincha de amor
Mas que eu faço tanta questão
Que se tiver precisão
Eu furto

Vem cá, meu amor
Aguenta o teu cantador
Me esquenta porque o cobertor é curto..."

Amor Barato (Chico Buarque)

É pessoal, talvez essa letra maravilhosa, do nosso tão amado Chico Buarque, descreve melhor do que tudo o meu amor pela música, pela arte popular brazuca. Volto pro boteco cheio de vontade de escrever, desabafar, e falar sobre as 'novas' que venho ouvindo por aí a fora. Sobre as coisas que vêm acontecendo no universo musical do nosso saudoso país.

Peço a todos os amigos seguidores que mandem suas dicas e comentários, sempre bem vindos.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Retornando à ativa!

Bom moçada, depois um de um longo tempo sem postar, estou retornando com o blog. Retorno às minhas modestas colunas sobre a música brasuca e sobre um pouco de tudo que rola no cenário artístico nacional.

Quem quiser sugerir posts, fique a vontade - meu e-mail é: diogogomes.brasil@gmail.com. Será um prazer estar novamente aqui com vocês, falando sobre esse tema que é tão saboroso. Talvez mais saborosa que a alta gastronomia dos franceses seria a música e a cultura brasileira!

Sem tema por hoje, finalizo citando minhas duas últimas leituras, que foram sensacionais - diga-se de passagem: O Evangelho Segundo Jesus Cristo (Saramago) e Leite Derramado (Chico Buarque). Dois maravilhosos livros desses amigos escritores, primos de língua e mestres do discurso!

Salve a arte brasileira! Estamos de volta! xD