sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Luz e calor

Se o que se sente não é necessariamente aquilo que se vê
Vejo muito pouco do que sinto no mundo em que vivo
E sinto muito pouco no que vejo por não sentir aqui tudo que se vê por aí
Nunca por egoísmo narcisista nem por prepotência desmedida
Afinal são só impressões e expressões da vida vivida
Por mim e pelo meu corpo que agoniza ao pique dessa mente ríspida

Diogo Gomes
29-10-2010

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O dia-a-dia

Prefiro viver meus dias como uma dadaísta
Que retira daquilo que vê
De cada vez um sentido novo
Sem medo do que virá amanhã

Diogo Gomes 28-10-2010

domingo, 24 de outubro de 2010

Até o fim

Até o Fim
Chico Buarque


Quando nasci veio um anjo safado
O chato do querubim
E decretou que eu estava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim
"inda" garoto deixei de ir à escola
Cassaram meu boletim
Não sou ladrão , eu não sou bom de bola
Nem posso ouvir clarim
Um bom futuro é o que jamais me esperou
Mas vou até o fim
Eu bem que tenho ensaiado um progresso
Virei cantor de festim
Mamãe contou que eu faço um bruto sucesso
Em quixeramobim
Não sei como o maracatu começou
Mas vou até o fim
Por conta de umas questões paralelas
Quebraram meu bandolim
Não querem mais ouvir as minhas mazelas
E a minha voz chinfrim
Criei barriga, a minha mula empacou
Mas vou até o fim
Não tem cigarro acabou minha renda
Deu praga no meu capim
Minha mulher fugiu com o dono da venda
O que será de mim ?
Eu já nem lembro "pronde" mesmo que eu vou
Mas vou até o fim
Como já disse era um anjo safado
O chato dum querubim
Que decretou que eu estava predestinado
A ser todo ruim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim


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Assim todo torno com poucas postagens semanais o boteco vai até o fim. Porque não sabemos como o maracatu começou, mas vamos até o fim!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Verão - Ferreira Gullar

Che denovo no cinema


"Há que endurecer-se, mas sem jamais perder a ternura."



Estive lendo sobre o filme no qual Benício Del Toro interpretou o grande revolucionário argentino Ernesto Guevara. Fico realmente muito curioso para assistir esse grande artista do cinema interpretando um ícone tão poderoso da cultura latina moderna. Sinceramente, esse filme tem tudo pra ser uma prato cheio para os bons observadores do bom cinema!

Prometo que quando assistí-lo compartilharei aqui das minhas impressões. :)

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Mais um Nobel para 'nosotros'

Hermanos, mais um prêmio Nobel para a literatura latina. Que foi para o escritor peruano Mario Vargas Llosa. Autor de obras como: "A cidade e os cachorros", "Pantaleão e as visitadoras", "A festa do bode" e "Travessuras da menina má", o escritor foi homenageado com o principal prêmio da literatura mundial hoje pelo começo do dia na Suíça.

Salve a literatura latina!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Poetas Velhos

Bom dia, poetas velhos.
Me deixem na boca
o gosto dos versos
mais fortes que não farei.

Dia vai vir que os saiba
tão bem que vos cite
como quem tê-los
um tanto feito também,
acredite.

Paulo Leminski

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Se uma homem das palavras como ele também sentia isso, eu ainda tenho salvação! :)

Marasmo

É tanta areia, tanto chão e tanto sol,
Que me perco nesse marasmo imenso cheio do nada.
Com exceção às pedras que rolam movidas pela força do ar,
Que é tão seco quanto ausente de vida.
Assim sinto e penetro nesse mundo louco,
Sem saber porque nem como, inspirado por alguma coisa.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

O dilema existencialista de um pobre proletário

Eu não sei o que é mais difícil para o homem comum.
Contentar-se com o que é capaz,
Ou frustrar-se a cada dia
Em busca de uma realidade que nunca existiu.

Talvez o fato seja que nós não saibamos o que somos de fato.
Nem nos convidamos a andar por essas trilhas em busca de um tato mais sensato.
O que é real, é aquilo que as pessoas apontam. Com seus dedos tortos e sujos.
Aquilo que nós nem vemos no espelho de manhã.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Fotopoema 4 - Céu e Terra



Céu e terra.
Por mais que tentemos transpor essa barreira infinita
com as mais inimagináveis artemanhas terrestres.
O prazer de sentir o poder de nos desprendermos do chão,
rumo ao céu desconhecido e transformador, sempre terá
fim no mesmo chão em que nós somos obrigados a nos
sentir, dia após dia, cada vez mais humanos e pequenos.
E o que faz disso tudo uma obra prima, de qualquer
que seja a divindade autora, é a beleza de se viver fixo
ao chão e sobre ele voar cada vez mais alto.
Conhecer tudo que inunda o céu de brilho do ponto de vista
do chão que ele ilumina.



Poema: Diogo Gomes
Fotos: Ana Cláudia Covo