sexta-feira, 27 de maio de 2011

Chico denovo no Boteco

Trocando em Miúdos
Chico Buarque & Francis Hime


Eu vou lhe deixar a medida do Bonfim
Não me valeu
Mas fico com o disco do Pixinguinha, sim!
O resto é seu

Trocando em miúdos, pode guardar
As sobras de tudo que chamam lar
As sombras de tudo que fomos nós
As marcas de amor nos nossos lençóis
As nossas melhores lembranças

Aquela esperança de tudo se ajeitar
Pode esquecer
Aquela aliança, você pode empenhar
Ou derreter

Mas devo dizer que não vou lhe dar
O enorme prazer de me ver chorar
Nem vou lhe cobrar pelo seu estrago
Meu peito tão dilacerado

Aliás
Aceite uma ajuda do seu futuro amor
Pro aluguel
Devolva o Neruda que você me tomou
E nunca leu

Eu bato o portão sem fazer alarde
Eu levo a carteira de identidade
Uma saideira, muita saudade
E a leve impressão de que já vou tarde.

3 comentários:

  1. Acho que por isso as mulheres o amam tanto. Até pra terminar um relacionamento ele é direto, sem meias palavras. "É isso, tô indo embora, levo comigo só o que ainda faz sentido." Gênio! Bela escolha, cara irmão! Abraços!

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  2. Então grande e querido Rubens, mas veja aqui que se trata de eu lírico feminino! Pra mim a prova disso, são as alianças. A impressão que me dá é de é que uma mulher, afinal a tradição é que os homens as dêem as damas. E aqui vemos a citação: "aquela aliança você pode empenhar, ou derreter". :) Lindo demais isso!

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